domingo, agosto 12, 2007

Declaração de princípio

O Pároco não se mete em política.

Eu não tenho nem nunca tive partido político, não sou nem de esquerda, nem do centro, nem de direita. Procuro seguir a máxima que Nosso Senhor Jesus Cristo deixou a todos: "Dai a César o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus". Isto não significa que esteja acima da política. Significa, sim, que estou fora dela, por vontade própria.

Os habitantes de Almofala são cidadãos da sua terra, com os direitos e os deveres próprios de todos os cidadãos: têm os direitos e os deveres que lhes são concedidos pela Constituição, pelas leis gerais do Estado civil e pelas leis locais emanadas pelas competentes autoridades civis. Devem, portanto, fazer tudo ao seu alcance para desenvolver, dentro das suas capacidades, a terra onde vivem, para que o mundo onde vivemos possa ser mais justo, mais solidário e melhor para aqueles que virão depois de nós.

No entanto, faço eco das palavras do Concílio: "As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. Porque a sua comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação em demanda do reino do Pai, e receberam a mensagem da salvação para a comunicar a todos. Por este motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada ao género humano e à sua história." (Concílio Vaticano II, Const. Gaudium et spes, 1). Os mesmos cidadãos do mundo, pelo baptismo, são também filhos de Deus, com uma vida espiritual, que não é desencarnada da vida material. Matéria e espírito estão unidas na pessoa, assim como a humanidade e a divindade estão unidas na pessoa de Jesus Cristo.

O meu principal interesse, como Pároco, é a vida espiritual dos habitantes de Almofala. Isso significa que o Pároco não se mete em política partidária. Não fui eu, nem serei eu a eleger o Presidente da Junta e demais membros cuja missão é governar os destinos cívicos de Almofala. A mim compete-me colaborar com as autoridades civis, democraticamente eleitas pelos almofalenses, para o mesmo bem comum de todos.

Concluindo, o Pároco não entra na política, não sendo essa a sua missão, mas colabora, naquilo que lhe é possível, para o bem comum de Almofala e de Bustelo com as autoridades que, legitimamente, foram eleitas livremente pelos habitantes de toda a freguesia.

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